Mão-de-obra barata

Estagiário virou sinônimo de mão-de-obra barata no nosso país. Há exceções, mas como o próprio nome alerta são situações excepcionais, raras. Quem acompanha ou vivencia o dia a dia de empresas já presenciou estagiários trabalhando como 'gente grande' e ganhando muito menos do que um profissional formado receberia pela mesma função. Por outro lado, com a contratação do estudante deixou-se de admitir uma pessoa com experiência para o cargo em questão.
Há perguntas que quase nunca são feitas, tais como: quando deixa de ser estagiário qual a percentagem de contratação entre os estudantes nas empresas onde trabalharam antes da formatura? a quem interessa a contratação de estagiários em detrimento de profissionais qualificados e por que? quem lucra, de verdade, com os estágios?
Estágio deveria ser uma forma de aprendizagem, com carga horária diferenciada e oportunidades de praticar o que estudou, sem ser explorado ou cobrado como se fosse um profissional com anos de atuação. Mas em um país onde poucas coisas são sérias e com regras aplicadas a todos, sem distinção, é um instrumento legal que assegura baixo salário a um estudante que trabalha tanto, ou até mais, do que um profissional de mesma área, ainda que não tenha a mesma experiência, mas recebe bem menos, e não lhe garante a vaga após a conclusão do curso... Na prática, depois que deixa de ser estudante, muitos estagiários vão se somar à crescente massa de desempregados da mesma área.  

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