Paulo Gustavo e a chacina em Saudades II

Paulo Gustavo encarnou muitos personagens de sucesso nos palcos. A dona Hermínia, inspirada em sua mãe Déa Lúcia, o catapultou definitivamente para a fama. A morte de Paulo Gustavo foi um duro golpe em quem ainda nega a gravidade da doença e se tornou uma espécie de símbolo da luta que o Brasil está enfrentando e, até o momento, perdendo para a Covid-19. Até ontem à noite, no acumulado desde o início da pandemia, eram 414.399 óbitos, entre os quais o de Paulo Gustavo, que deu 'rosto' ao drama nacional, assim como personificou com genialidade papéis no teatro, Tv e cinema. Já a chacina na Creche Aquarela não é fruto de uma crise sanitária descontrolada, mas sinal evidente de que a sociedade está adoentada. É caso de polícia, de Justiça e de revisão dos valores que estão sendo ensinados e construídos no nosso país. Não será surpresa se o inquérito policial concluir que o jovem matou para conseguir 15 minutos de fama, após aceitar participar de algum absurdo desafio. Apenas a título de esclarecimento, não se recomenda ampla publicidade em casos de violência extrema, pois há quem entenda isso como um estímulo para que novos crimes venham a ser cometidos. Às famílias catarinenses toda a minha solidaridade neste momento de profunda dor. Aos familiares do carismático ator, que Deus possa confortá-los. Aos 'juízes' da internet: respeitem a dor alheia, deixem os computadores e aplicativos de lado e vão ajudar quem está passando fome, desempregado, doente ou de luto. Sejam voluntários no bem. De gente que não presta o mundo já está cheio.

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