Cultura do desperdício

Mais de 13,6 milhões de brasileiros passam fome. E esse número já foi pior. Há 20 anos, eram 22,8 milhões em nosso país. Os dados são da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e foram divulgados hoje. 
Pessoas famintas é uma mazela social inadmissível aqui ou em qualquer lugar do mundo. No Brasil, a cultura do desperdício está enraizada no cotidiano. Toneladas de alimentos são jogadas fora, todos os dias, e as alegações para que não seja feita a doação são muitas, sendo que a mais comum é do medo de processo se a comida ingerida causar intoxicação ou até morte.
Seria cômico, se não fosse trágico, acreditar nisso. Quem, lamentavelmente, se encontra em situação de mendigar alimentos, seja por misericórdia divina, ou por resistência orgânica, está acostumado a tirar literalmente da lata do lixo o que será a refeição, às vezes, única do dia.
Em um país onde os processos se arrastam décadas e muitas feitas a injustiça se faz presente nos tribunais esperar que um mendigo vai acionar e ganhar de um famoso restaurante é um sonho quase impossível. Além do mais, se a comida servida aos mais necessitados for a mesma que vai para a mesa dos clientes por que temer a intoxicação? 


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