Terra pelada
Há muitos anos o garimpo de Serra Pelada se tornou o alvo da cobiça de milhares de brasileiros que, iludidos, arriscavam a saúde e a vida atrás de pepitas de ouro. Atualmente, Rio Preto pode se tornar, muito em breve, a 'Terra Pelada' do interior paulista. Nossas reservas naturais ficam a cada dia mais raras. Vegetação e mananciais são devastados sem que haja uma política real de controle racional dos recursos ainda disponíveis. O extermínio também é visível e incontrolável para dezenas de espécies animais. Fala-se muito em sustentabilidade, mas o discurso não sobrevive a um simples giro pela nossa cidade, onde a falta de cuidado com a natureza pode ser conferida em qualquer lugar onde o poder público é chamado a atuar. Se o que sobrou das APPs (Áreas de Preservação Permanente) é uma verdadeira lástima, o que dizer então da arborização urbana? As áreas verdes de uso público, supostamente destinadas para o lazer da população, só não se reduzem a mato alto repleto de sujeira porque em alguns pontos a sociedade 'adota' praças e se propõe a cuidar delas. Faltam parques. Faltam belas e bem cuidadas praças públicas. Enquanto revigorantes áreas verdes privadas valorizam imóveis de alto padrão, para a nossa periferia sobram mosquitos da dengue, ervas daninhas, equipamentos públicos danificados e praças infestadas por usuários e traficantes de drogas. Uma vergonha para quem tem consciência do coletivo e não se preocupa apenas com o próprio umbigo. A julgar pela falta de árvores em nossas ruas e avenidas, de 'bolsões verdes' que possam embelezar a árida paisagem, purificar o ar e amenizar as altas temperaturas, nosso clima de deserto tende a se perpetuar e, o que é mais grave, piorar progressivamente.
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