O Santo e a cidade

José, o Carpinteiro. José de Nazaré. São José. São José Operário. São José Trabalhador. Não importa como o pai adotivo de Jesus e esposo da Virgem Maria seja chamado. Há mais de dois milênios, ele fez a diferença ao se tornar defensor da Sagrada Família. Hoje é o seu Dia. Invocado nos momentos difíceis, para proteção dos lares e do emprego, é padroeiro de São José do Rio Preto, cidade que completa, nesta sexta-feira, 169 anos de fundação. A pandemia explodiu em março do ano passado no Brasil e, não por acaso, o município ficou sem festa, sem procissão. Em 2021, não será diferente. Não haverá shows, corte e distribuição do tradicional bolo de aniversário e nem o vai e vem frenético de uma cidade que caminha para se tornar de grande porte. Mas há esperança de dias melhores. Estamos no terceiro dia de lockdown e a adesão ao isolamento social está ameaçada pela resistência natural a acatar ordens, pelo instinto de sobrevivência, negacionismo e até fatores econômicos, como a concessão de uma liminar judicial para que supermercados, hipermercados e mercearias fiquem de portas abertas. O momento é crítico e é preciso que a consciência coletiva seja despertada. Ou nos unimos para que a Covid-19 seja derrotada, deixando de lado picuinhas pessoais e políticas, interesses financeiros e diferenças ideológicas, ou assistiremos impotentes e horrorizados as mortes se multiplicarem cada vez mais até que sobrem bem poucos de nós. Milagres existem e acontecem, mas para o Divino se manifestar é preciso que haja merecimento. Que a alegria volte a reinar na hora certa. Que as baladas, os passeios e a 'vida normal' retornem quando for seguro. E que São José ajude Rio Preto a reencontrar o caminho da paz.