Sônambulos urbanos

Basta ficar alguns minutos nas imediações das praças Cívica ou Dom José Marcondes para vermos jovens, alguns saídos recentemente da adolescência, fumando crack ou maconha. Em grupos ou sozinhos, andam nervosos, agitados, falando coisas desconexas, gritando ou discutindo entre si.
Muitos estão sujos, sem tomar banho há dias, magros, com aparência cansada e envelhecidos precocemente. Ontem, uma moça se despedia do filho, um garoto de uns dez anos, na frente do miniterminal da Bernardino de Campos. Ela, assim como dois homens que a acompanhavam, estava visivelmente drogada. O menino, esperançoso, falou para ela deixar o crack para ir morar com ele e com a avó na periferia da cidade.
A jovem respondeu que logo, logo, abandonaria o vício. Assim que a criança embarcou no ônibus, ela e os dois acompanhantes se dirigiram à Praça Cívica onde sentaram em um banco e começaram a usar entorpecentes...
Cenas tristes, mas banais como essa, se repetem diariamente em Rio Preto onde o número de 'sonâmbulos' urbanos cresce a cada dia... São homens e mulheres de todas as classes sociais que se entregam às drogas e ingressam em um caminho, quase sempre, sem volta...